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François Mitterrand

François Mitterrand
21º Presidente da França
Período 21 de maio de 1981
a 17 de maio de 1995
Primeiro-ministro Predefinição:Collapsible list
Antecessor(a) Valéry Giscard d'Estaing
Sucessor(a) Jacques Chirac
Co-Príncipe de Andorra
Período 21 de maio de 1981
a 17 de maio de 1995
Co-Príncipe Joan Martí i Alanis
Primeiro-ministro Predefinição:Collapsible list
Antecessor(a) Valéry Giscard d'Estaing
Joan Martí i Alanis
Sucessor(a) Jacques Chirac
Joan Martí i Alanis
Dados pessoais
Nome completo François Maurice Adrien Marie Mitterrand
Nascimento 26 de outubro de 1916[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]]
Jarnac, Poitou-Charentes,
Predefinição:Country data Terceira República Francesa
Morte 8 de janeiro de 1996 (79 anos)[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]]
Paris, Ilha de França,
 França
Progenitores Mãe: Yvonne Lorrain
Pai: Joseph Mitterrand
Alma mater Universidade de Paris
Instituto de Estudos Políticos de Paris
Esposa Danielle Gouze (1944–2011)
Filhos 4
Partido Cruz de Fogo (antes de 1936)
União Democrática e Socialista da Resistência (1945–1964)
Convenção de Instituições Republicanas (1964–1971)
Socialista (1971–1996)
Profissão Advogado
Assinatura Assinatura de François Mitterrand
Serviço militar
Serviço/ramo Exército de Terra Francês
Anos de serviço 1937–1945
Conflitos Segunda Guerra Mundial

François Maurice Adrien Marie Mitterrand (Jarnac, 26 de outubro de 1916Paris, 8 de janeiro de 1996) foi um político francês, foi presidente da França, de 1981 até 1995.

Detém atualmente o recorde de longevidade (14 anos) na presidência da República Francesa. Foi o primeiro presidente da república e um dos dois únicos (junto com François Hollande) oriundos do partido Socialista. Sob sua presidência foi abolida a pena de morte na França, em 1981. Seu mandato presidencial encerrou-se em maio de 1995, quando foi sucedido por Jacques Chirac. Morreu de câncer seis meses depois, em 8 de janeiro de 1996.

Infância e juventude

François Mitterrand nasceu no seio de uma família católica e conservadora da província. O seu pai, Joseph, foi funcionário de uma companhia ferroviária, e, posteriormente, gerente da fábrica de vinagre familiar, chegando a ser presidente da federação de sindicatos de fabricantes de vinagre. Teve três irmãos e quatro irmãs.

Entre 1925 e 1934 fez os estudos secundários no colégio Saint-Paul de Angulême. Aí Mitterrand integrou-se na Juventude Estudantil Cristã, ramo estudantil da Ação Católica. Até 1937 estudou na Escola Livre de Ciências Políticas, graduando-se em julho de 1937.

Nessa época (entre 1935 e 1936) militou durante cerca de um ano nos Volontaires nationaux (voluntários nacionais) do coronel de La Rocque.[1] Participou nas manifestações contra "a invasão de vagabundos" em fevereiro de 1935 e mais tarde nas que se fizeram contra o professor de Direito Gaston Jèze, quando este foi nomeado conselheiro jurídico do Negus da Etiópia, em janeiro de 1936.[2] Relaciona-se, por amizade ou família com membros da Cagoule.[3] Escreveu artigos em jornais de direita como L'Écho de Paris de Henri de Kerillis, próximo do Partido Social Francês, de caráter fascista e colaborou com o governo de Vichy.[4] São artigos de literatura, mas também sobre a sociedade contemporânea e a política.[5][6][7] Em 1938 conhece Georges Dayan (judeu e socialista) a quem salva de agressões antissemitas da Ação Francesa. Passam a ser grandes amigos. Entre 1937 e 1939 fez serviço militar na infantaria colonial.

Carreira política

Em janeiro de 1947 assume o ministério dos antigos combatentes, tornando-se o ministro mais jovem da história da França, aos 30 anos. Suas atividades políticas foram marcadas pela oposição à Charles de Gaulle, contra quem concorreu nas eleições presidenciais de 1965, chegando a conseguir um segundo turno, mas saiu derrotado por 55,20% dos votos contra os 44,80%. Em 1974 enfrentou Valéry Giscard d’Estaing nas eleições, perdendo o pleito por 49,19% à 50,81%.[8]

Presidência

Após tentar a presidência em duas ocasiões (1965 e 1974), foi eleito em 1981, sendo o primeiro presidente socialista eleito em seu país. Houve intensa comemoração nas ruas de Paris, na mesma noite do anúncio de sua vitória, em 10 de maio.[8][9] Foi reeleito em 1988.

Em seus dois mandatos, Mitterrand conseguiu abolir a pena de morte, nacionalizar cinco grupos industriais e 39 bancos, estabelecer a aposentadoria aos 60 anos, descriminalizar a homossexualidade, promover o fim do monopólio estatal da radiodifusão, inaugurar o Musée d’Orsay, o Instituto do mundo árabe, a pirâmide do Louvre e a pedra fundamental da Biblioteca Nacional de France, reforçar a relação franco-alemã, consolidar a Comunidade Europeia e criar a União Europeia com a assinatura do Tratado de Maastricht em 1992.[8]

Várias medidas sociais foram ratificadas, tais como a descriminalização oficial da homossexualidade. O Ministro do Interior, Gaston Defferre, pôs fim ao registo de homossexuais, e o comunista Jack Ralite, Ministro da Saúde, retirou a homossexualidade da lista de perturbações mentais. O governo também introduziu a passagem da maioria sexual para 15 anos para todos, abolindo a distinção, introduzida em 1942 e confirmada em 1945, na idade do consentimento entre relações homossexuais e heterossexuais. O estilo de vida homossexual deixa de ser uma cláusula de cancelamento de um arrendamento residencial.[10][11]

A 29 de Setembro de 1983 recebeu o Grande-Colar da Ordem do Infante D. Henrique e a 28 de Outubro de 1987 recebeu o Grande-Colar da Ordem da Liberdade de Portugal.[12]

Vida pessoal

Mitterrand foi casado com Danielle Gouze de 1944 até seu falecimento, tendo 4 filhos neste casamento. Mas teve sua vida particular exposta quando o fotógrafo Sébastien Valiela flagrou com suas lentes Mitterrand e filha, Mazarine, saindo de um restaurante, e após o episódio, tornou-se público o relacionamento extraconjugal dele com Anne Pingeot.[13]

Ver também

Referências

  1. Jacques Bénet, companheiro de quarto de François Mitterrand, declarou a Patrick Rotman e Jean Lacouture para o livro François Mitterrand, a novela do poder que foram três anos. Pierre Péan cita em Uma juventude francesa, p.23 a 35, a correspondência de Mitterrand, demonstrando que chegou a Paris no outono de 1934, e se tinha inscrito no inverno de 1934-35. Os Volontaires nationaux foram dissolvidos em 1936, e François Mitterrand nunca teve carnet do Partido Social Francês, herdeiro dos distintos movimentos inspirados por La Rocque
  2. Mitterrand recorda este período, num artigo do Écho de Paris de 4 de julho de 1936, como "as gloriosas jornadas de março", citado por Edwy Plenel a propósito do livro de Pierre Péan [1]
  3. Assim defende Henry Rousso em El síndrome de Vichy acerca das relações pessoais de Mitterrand com os "cagoulards". Pierre Péan mostra também que "inevitavelmente o futuro presidente se cruza com 'cagoulards'" [2]. Para as acusações e supostos vínculos, ver [3] Arquivado 2012-06-29 na Archive.today
  4. Bernard D. Kaplan (8 de setembro de 1994). «Mitterrand reveals his support for pro-Nazi regime during World War II». Baltimore Sun (em English). =Baltimore Sun. Consultado em 7 de julho de 2014 
  5. François Mitterrand, Politique I, éd. Fayard. 1977
  6. Em particular, foi autor de um artigo onde lamenta que se tenha permitido que os "de fora" invadam o Quartier Latin. [4] Aí diz que "A partir de agora, o Quartier Latin será esse complexo de cores e sons tão desafinados que se tem a impressão de que se está perante essa torre de Babel em que não queríamos acreditar."
  7. Faz patente a sua "inquietação" perante o expansionismo nazi após o Anschluss
  8. 8,0 8,1 8,2 «20 anos sem François Mitterrand». Carta Maior. Consultado em 26 de outubro de 2019 
  9. «MITTERRAND BEATS GISCARD; SOCIALIST VICTORY REVERSES TREND OF 23 YEARS IN FRANCE». The New York Times (em inglês). Consultado em 26 de outubro de 2019 
  10. https://www.leddv.fr/analyse/quand-les-lgbt-etaient-laiques-20220102
  11. https://www.legifrance.gouv.fr/jorf/id/JORFTEXT000000691992
  12. «Cidadãos Estrangeiros Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "François Mitterrand". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 11 de abril de 2016 
  13. «À Francesa». Revista Piauí. Consultado em 26 de outubro de 2019 

Ligações externas

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